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A Associação Empresarial de Blumenau (ACIB) recebeu nesta segunda-feira (4/7) o secretário de Defesa Civil do Estado de SC, David Busarello. O executivo deu um panorama sobre as ações e investimentos que a Defesa Civil está fazendo na melhoria das barragens e em obras gerais que atuam na prevenção de enxurradas, como as verbas garantidas para os diques da Fortaleza e Santa Efigênia, em Blumenau. Além de falar sobre a construção de novas barragens e sistema de monitoramento da bacia do rio Itajaí-Açu.
Sistema de monitoramento
Um dos assuntos comentados por Busarello foi o sistema de monitoramento da bacia do Rio Itajaí, composta por 53 municípios, e que estará em operação total até o fim do ano. “Todas as empresas que vão prestar serviço já estão contratadas. Discutimos com cada município onde instalar os equipamentos e assim que tudo estiver funcionando, será possível acessar em tempo real as informações sobre o nível do rio”, comenta. O investimento é de cerca de R$ 5 milhões. De acordo com ele, a Defesa Civil melhorou o sistema do CEOPS e os municípios terão gestão e informação em tempo real.
A reitora da FURB, Marcia Sardá Espíndola explicou que o CEOPS foi criado na década de 1980, implantado em 16 municípios e administrado pela universidade. “Na época não existia nenhuma cidade com esse tipo de medição. A FURB bancava os valores de manutenção e os pesquisadores que atuavam no serviço. Hoje, esses profissionais já se aposentaram e entendemos que não cabe à universidade ser a gestora desse tipo de programa e sim o Estado”. De acordo com ela, a FURB ficará apenas com a parte da pesquisa e não mais responsável pelas previsões.
O secretário da Defesa Civil de Blumenau, Coronel Carlos Menestrina, comentou que há seis técnicos da Defesa Civil sendo capacitados pela FURB para atuar com o monitoramento. “Nós estamos trabalhando para das continuidade aos trabalhos, a FURB continuará conosco fazendo a retaguarda no campo de pesquisa”, explica.
Os dados das medições serão armazenados pela Defesa Civil. “O CEOPS deu base para que afirmar que monitorar é sim um trabalho importante. O Estado tem essa missão. A base do nosso projeto é o CEOPS, mas ele será ampliado e os custos bancados pelo Estado”, finaliza Busarello.
Barragens do Vale do Itajaí
Um dos assuntos que preocupa Blumenau e região, principalmente nos períodos de chuva, é a situação de conservação das barragens do Vale do Itajaí. As estruturas estão localizadas em Ituporanga, Taió e José Boiteux e são responsáveis pela contenção da água do rio Itajaí em períodos de cheias. O funcionamento delas impacta na vida de cerca de 1,5 milhão de pessoas que habitam no Vale e Alto Vale.
Busarello explicou que se tratam de estruturas de responsabilidade do Governo Federal, porém absorvidas pelo Estado após o abandono das mesmas. “Taió é a que está mais encaminhada para ser estadualizada”, comenta. A estrutura está com obras em andamento e investimentos de cerca de R$ 1 milhão, já em Ituporanga o valor das obras é de R$ 3,5 milhões.
A estrutura mais preocupante é de José Boiteux, a maior do Brasil desta natureza e com capacidade de armazenamento de 357 milhões de m³. Inaugurada em 1992, porém inoperante desde 2014, quando houve depredação da estrutura motivada pelo impasse na situação com a comunidade indígena local. Em 2019, o Governo do Estado firmou um contrato com o Federal para recuperar a estrutura e concluir o canal extravasor. “O convênio é de R$ 21 milhões. Até agora foram liberados R$ 196 mil. A empresa que irá fazer o canal extravasor já está contratada, mas temos problemas, pois foi encontrado um sítio arqueológico no local”, diz.
Para que a barragem seja novamente utilizada na totalidade é preciso que haja recuperação das estruturas, obras do canal, estudos ambientais para obra do canal, estudo de impacto social da comunidade indígena e a execução de um programa de comunicação social.
Em junho, foram feitas reuniões com a comunidade indígena. O secretário explica que enfrentou-se problemas, mas estão tentando agir da melhor forma possível, pois precisam da assinatura dos mesmos para dar andamento às obras. “Buscamos conversar com a comunidade indígena porque nosso foco é resolver, nós temos recursos garantidos e projetos prontos. Consideramos o atual momento como crucial, mas precisamos ter um pouco mais de paciência para passarmos desse ponto e tirarmos essa obra do papel”, conclui o secretário.
Para o presidente da ACIB, Renato Medeiros, esta é a pauta mais importante discutida neste ano na entidade. “Temos dúvidas, mas sei que são as mesmas que o senhor tem e acreditamos que o caminho é a negociação”, finaliza.