Especialistas alemães apresentam desafios e soluções para mobilidade urbana em evento na Acib

Especialistas alemães apresentam desafios e soluções para mobilidade urbana em evento na Acib
05/10/2023

Especialistas alemães apresentam desafios e soluções para mobilidade urbana em evento na Acib

Temas relacionados aos desafios e soluções da mobilidade urbana em grandes centros foram debatidos em um evento promovido pela Acib e Instituto Del na quinta-feira (5), no Seminário Internacional Mobilidade Urbana e Eletromobilidade: Experiências da Baviera. Quatro especialistas alemães estiveram na Acib para apresentar suas experiências naquele país, com destaque para discussões sobre um futuro urbano mais limpo, eficiente e sustentável.

Frank Jülich, diretor de Planejamento de Trânsito da cidade de Nuremberg falou sobre os desafios e abordagens adotadas pela cidade, onde um dos principais pontos de preocupação é a alta concentração de veículos e a poluição sonora, que excede os limites permitidos em muitos locais da cidade. “A população aponta o trânsito como principal problema da cidade. O número de carros por domicílio aumentou bastante nos últimos anos. Dos 540 mil habitantes, 300 mil possuem carros e apenas 60% deles são usados diariamente. Portanto, não temos só um problema de trânsito com os carros em movimento, mas também com os carro estacionados, que ocupam muito espaço”, explicou.

Um levantamento feito pela Administração Municipal de Nuremberg mostra que o transporte é divido da seguinte forma: 14% bicicleta, 24% a pé, 39% utilizam transporte individual motorizado e 23% transporte público. A meta até 2023 e passar para 32% de transporte individual motorizado e 68% outros meios (transporte público, bicicleta e a pé). Há dois anos, a Câmara Municipal de Nuremberg definiu novas estratégias para o trânsito, englobando a integração da decisão em favor do ciclismo no contexto de um plano amplo de mobilidade, compromisso de redução de emissões de CO2, promoção do tráfego de bicicletas, fortalecimento do tráfego de pedestres, expansão do transporte público de passageiros e promoção do uso significativo de veículos automotores.

Segundo Jülich, um dos objetivos é criar condições adequadas para meios de transporte mais sustentáveis. As ações envolvem a otimização da rede de transporte público ferroviário e a expansão da rede ferroviária. A preocupação também passa pela criação de mais espaços verdes na área urbana, diminuição de pista para carros e construção de novas ciclovias e pistas exclusivas para os bondes. A cidade também trabalha na aceleração do transporte público: redução do tempo das viagens, aumento da pontualidade e confiabilidade, melhora da qualidade e acessibilidade.

O tráfego de pedestres também é um tema importante. A administração pública de Nuremberg busca facilitar a mobilidade, aumentando a atratividade para os pedestres, com segurança viária, rotas variadas, áreas verdes, iluminação e controle social, além da expansão de zonas exclusivas para pedestres. Com relação ao estímulo do uso de bicicletas, Jülich apontou a necessidade não apenas de ciclovias, mas também estruturas de segurança, estacionamentos e pontos de aluguéis de bicicletas. Criaram também ruas onde o fluxo de bicicletas é preferencial. O representante do governo ainda citou o uso de “Carsharing” – carros disponibilizados por empresas privadas para uso comum.

O primeiro bonde elétrico de Munique foi inaugurado em 1985. Atualmente, 80% de todo o transporte público da cidade é elétrico. A experiência foi apresentada por Pia Fuchs, gestora de Eletromobilidade de Munique. Com um população com 1,5 milhão de habitantes, o transporte público da cidade conta com os bondes elétricos, sistema de metrô e ônibus, que transportam diariamente aproximadamente 1 milhão de pessoas. O objetivo, segundo Pia, é melhorar a qualidade de vida nos centros urbanos, com menos emissões de poluentes. “Para pequenas distâncias, o sistema de transporte sustentável já é batente eficaz. Para distâncias médias e longas apenas o transporte público é alternativa ao carro”, frisou.

Um dos planos que já está sendo colocado em prática é a operação de ônibus elétrico à bateria com carregamento durante os intervalos. Um desafio também é o gerenciamento térmico – aquecimento no inverno e ar condicionado no verão. A solução está sendo buscada por meio de otimização através de sistemas fotovoltaicos. Além disso, estão disponibilizando ônibus com alta capacidade de passageiros com apenas um motorista. Os veículos são conectados, porém apenas o primeiro possui um motorista.

“Como as cidades podem liderar a transição para a mobilidade como serviço”foi tema da palestra do co-fundador e diretor executivo da Wikimove, Daniel Wolpert. A empresa oferece uma plataforma de gerenciamento de mobilidade entre cidades chamada MaaS – Mobilidade como Serviço. Trata-se de uma solução de software baseada em uma plataforma pela qual as ofertas de vários provedores de mobilidade podem ser usadas coletivamente. Ela permite não apenas o planejamento de rotas multimodal, mas também a reserva direta de viagens, incluindo faturamento sem dinheiro via aplicativo.

Thomas Scharpf, diretor do Instituto de Promoção da Eletromobilidade – IFEU defende que o futuro da mobilidade será elétrico. Algumas razões são: eficiência de energia, opção de carregamento tem casa, suporte a carregamento por energia solar, custo por quilômetro inferior e menor desperdício de energia, melhor equilíbrio de CO2. Ao fazer uma comparação entre o custo de um carro movido a gasolina e um elétrico, considerando a realidade brasileira, Scharpf chegou à conclusão de que o custo do veículo movido a energia elétrica corresponde a um terço do movido a gasolina.

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